Embalagem

O que é embalagem

A embalagem é um recipiente ou envoltura que armazena produtos temporariamente, individualmente ou agrupando unidades, tendo como principal função protegê-lo e estender o seu prazo de vida (shelf life), viabilizando sua distribuição, identificação e consumo.

A embalagem tornou-se ferramenta crucial para atender à sociedade em suas necessidades de alimentação, saúde, conveniência, disponibilizando produtos com segurança e informação para o bem estar das pessoas, possibilitando a acessibilidade a produtos frágeis, perecíveis, de alto ou baixo valor agregado. A embalagem possibilita ainda o desenvolvimento de novos produtos e de formas de preparo com o uso dos eletrodomésticos.

Frente ao ambiente de mercado competitivo, a embalagem tornou-se estratégica para a competitividade dos negócios no que diz respeito à eficiência de envase, distribuição e venda.

Frente ao crescimento populacional do planeta, a embalagem tornou-se essencial para otimizar o aproveitamento dos alimentos e insumos demandados pela sociedade e para reduzir o desperdício global.

A embalagem reflete a cultura de uma sociedade e o estágio de desenvolvimento econômico social de uma nação.

Aspectos no desenvolvimento de embalagens

A embalagem deve ser desenvolvida observando os seguintes aspectos:

  • Aspectos técnicos, produção e funcionalidade
  • Aspectos regulatórios, legislação e certificações
  • Aspectos estéticos
  • Aspectos ambientais
  • Aspectos mercadológicos e econômicos

Quais as vantagens de uma boa embalagem

Ao investir em uma boa embalagem tem-se um ganho em toda a cadeia de produção, distribuição, venda e consumo do produto.

No campo a embalagem permite que frutas sejam colhidas em estágio mais maduro e com melhor sabor, garantindo sua integridade no processo de distribuição.

Na indústria a embalagem favorece a centralização de polos produtivos, a eficiência produtiva, de armazenamento, distribuição, identificação e rastreabilidade.

No varejo permite a devida exposição dos produtos com segurança e atratividade.

E para o consumidor o acesso a diferentes produtos, a informação, a evidência de um produto não violado, a conveniência e segurança no manuseio e consumo.

A Embalagem nos dias de hoje

A embalagem é um componente obrigatório e decisivo para o sucesso comercial de praticamente todos os produtos. Mas mais do que isso, é uma ferramenta que viabiliza o atendimento da população global para a sua alimentação, saúde e bem-estar.

A embalagem viabiliza a dinâmica global de produção e consumo, possibilitando a conservação dos produtos e a sua distribuição, tornando os mais diferentes produtos acessíveis por pessoas ao redor de todo o planeta. Ao mesmo tempo, possibilita a economia global em sua dinâmica de produção regionalizada e otimizada, buscando-se a eficiência e a sustentabilidade dos processos industriais.

Com influência direta nos custos e na tecnologia de fabricação, na distribuição e na conquista de consumidores e na forma de consumo dos produtos, a embalagem exige conhecimentos especializados para ser bem projetada e garantir a preservação de seu conteúdo.

Através dela, empresas de todos os portes e em todo o território nacional podem agregar maior valor a seus produtos, consolidando posições no mercado atual e possibilitando o acesso a mercados mais sofisticados. O resultado destes fatores é o aumento de receita, do número de empregos diretos tanto na empresa quanto no ponto-de-venda, aumento dos empregos indiretos e da arrecadação de tributos e a adição de uma real expectativa de exportação, gerando ainda mais frutos para o empresário, sua cidade, região, estado e para o Brasil.

A embalagem é considerada o reflexo de uma sociedade , de sua cultura, hábitos, e do seu estágio de desenvolvimento econômico, social e ambiental. Ao mesmo tempo, a embalagem é tida como o termómetro de uma economia, contribuindo para aferir o volume de atividade do setor produtivo.

Mundialmente a embalagem movimenta mais de US$ 500 bilhões, representando, dentre 1% e 2,5% do PIB de cada país. No Brasil, esta movimenta atualmente, R$ 47 bilhões e gera mais de 200 mil postos de emprego diretos e formais.

A indústria de embalagem reúne empresas nacionais e grandes empresas multinacionais com operações globais capazes de atender aos diferentes mercados, contribuindo para harmonizar, entre estes, os parâmetros de qualidade, tecnologias, funcionalidade e tendências. E em conjunto com estas se apresenta uma cadeia bem estruturada de empresas que oferecem matérias primas como resinas plásticas, chapas metálicas, celulose, barrilha, fabricantes de equipamentos para a fabricação das embalagens e processo de envase dos produtos, insumos como adesivos, tintas, tonalizantes e coatings,  acessórios como tampas, lacres, fitas, empresas de transporte e logística,  agências de design, as empresas de bens de consumo, cursos de formação técnica e superior, laboratórios de análise, pesquisa e estudo e reguladores.

A fabricação de uma embalagem deve reunir todos estes setores numa grande sintonia e precisão de suas atividades, olhando sempre para o consumidor – suas demandas e expectativas, e as especificações do varejo – denominado hoje como Omni-channel tendo uma grande influência dos novos padrões de consumo e comunicação alavancados pelas tecnologias de acessibilidade, pela internet e redes sociais.

Grandes mercados de embalagens despontam ao redor do mundo, mostrando o seu crescimento tecnológico e o Brasil faz parte do cenário mundial de negócios, tendo acesso às mais novas tendências de gerenciamento de projetos e sendo referência no desenvolvimento de novas tecnologias, como por exemplo: o plástico verde a partir da cana de açúcar, o processo de reciclagem mecânica e à plasma das embalagens cartonadas assépticas, o sistema abre-fácil de tampas metálicas, em meio a tantos outros desenvolvimentos que levam as embalagens brasileiras a vencerem o WorldStar – o prêmio mundial da embalagem. Destaca-se também a aplicação do design às embalagens visando agregar valor real ao produto, reduzir seus custos no processo produtivo, ganhar distribuição, tempo de prateleira, facilidade de manuseio, clareza das informações, e consequentemente competitividade.

O consumidor, conforme pesquisa realizada pela ABRE, é fortemente influenciado no momento da compra pela embalagem. Ela é o vendedor silencioso de um produto que concorre num supermercado, em média, com outros 30 mil itens.

É a embalagem que deve transmitir, em apenas 3 segundos, a qualidade do produto, os seus diferenciais e cativar o consumidor para pegá-lo em sua mão e coloca-lo em seu carrinho de compras.

E o consumidor é influenciado de diferentes maneiras. Os homens levam em consideração, prioritariamente, elementos racionais como quantidade, preço, forma de uso do produto. Já as mulheres são mais sucessíveis aos apelos emocionais, onde faz-se necessário trabalhar apelos subjetivos no design da embalagem. O publico infantil é atraído por cores e elementos lúdicos, enquanto que idosos buscam facilidade de leitura e de abertura ou manuseio.

A linguagem subliminar de uma embalagem é altamente influenciada por aspectos regionais e culturais, sendo essencial entender estes aspectos e trabalha-los, por meio de seu design, nas embalagens. Cada país tem seus próprios padrões que devem ser devidamente espelhados nas embalagens dos produtos a serem exportados.

A funcionalidade é outro quesito que vem ganhando importância, sendo crucial em países mais desenvolvidos onde a sociedade já tem enraizados os conceitos de conveniência no preparo, consumo e manuseio da embalagem com segurança. Isto faz com que produtos brasileiros para exportação tenham como premissa o desenvolvimento de embalagens que tragam estrutura adequada aos padrões do mercado para onde vão ser expostos.

Ao mesmo tempo, as sustentabilidades dos processos produtivos e no final de ciclo de vida do produto passam a ser chave para o sucesso de um produto. Frente a isso estabeleceu-se no Brasil um contundente indústria de reciclagem que se destaca pelo desenvolvimento contínuo de novas tecnologias. Mas o Brasil se destaca também pelo desenvolvimento sustentável dos materiais de embalagem, sendo hoje líder na produção mundial do ‘plástico verde’ proveniente da cana de açúcar.

Para o consumidor, o produto e a embalagem confundem-se como um único elemento que devem estar em plena sintonia com os valores da sociedade e parâmetros globais do mercado, fazendo com que a embalagem passe a ser, cada vez mais, o elemento de competitividade que congrega em si diferentes interfaces, tantos em ganhos operacionais, logísticos e ambientais, e como sociais e comerciais.

Matéria por Luciana Pellegrino / Diretora Executiva da ABRE